sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Materialismo e Espiritismo

Trecho de entrevista com a pedagoga e espírita Dora Incontri:

Como você situa o espiritismo em relação ao materialismo de hoje?


O materialismo é algo do século 19. No final do século 20 e começo do século 21 te­mos algo pior do que ele, o Niilismo. O mate­rialismo ao menos acredita na matéria. Na verdade, o materialismo foi a proposta dos marxistas e positivistas, no século 19. Ex­clui a alma, o espírito e Deus, mas acredita que existam fenômenos materiais. O que te­mos hoje é o niilismo. Os pós-modernos desconstruíram todas as idéias, inclusive o ma­terialismo. Eles acham que o Ser não é nada. Hoje se fala da morte da história, do ho­mem, de Deus, da filosofia. Existe, inclusi­ve, um esvaziamento de ideais e utopias. Os materialistas ainda tinham o ideal de transformar o mundo. Os niilistas não têm. Se acham impoten­tes. Por isso, a sen­sação de angústia generalizada. Jo­vens apáticos. Sem rumo, sem ideais. O espiritismo mata o materialismo e o niilismo com uma sim­ples evidência: a exis­tência do espírito. Não tem sentido você dizer que o Ser é nada se ele continua após a morte. O niilismo vira uma coi­sa sem sentido, um discurso vazio. O nada não é uma categoria aceitável. O nada é uma metafísica. Os niilistas pretendem aca­bar com toda metafísica, mas o nada é um pressuposto metafísico tanto quanto o espí­rito o é nas religiões tradicionais. Partir do nada é partir de um pressuposto. O espiritis­mo demonstra essa evidência ao fazer pes­quisas até por meio não espíritas. O espírito se torna uma evidência científica amarrada à filosofia e não só uma observação empírica.

Quais as conseqüências pedagógi­cas do materialismo e niilismo?


Primeiro que o niilismo esvazia o ser huma­no de ideais e de possibilidade de ação no mundo. Se nós dizemos que não somos nada, então qual a nossa capacidade de mudar a his­tória? De construir um novo mundo? Isso ser­ve perfeitamente ao capitalismo selvagem no qual estamos inseridos. O homem não é capaz de mudar nada, de fazer nada. A única coisa é consumir e ser consumido. Só pode se tornar uma peça descartável do mercado de traba­lho ou ser consumidor desse mercado. Sobra apenas essa liberdade e ação para ele. E é essa a educação geralmente empregada. A de se inserir no mercado de trabalho, fazer vestibular, faculdade etc. Não de se realizar como ser humano. Alcançar a felicidade, transformar a sociedade e dar vazão aos seus talentos.

(A Educação que pode Mudar o Mundo, Universo Espírita nº 04)

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